Você quer trabalhar como designer gráfico? Sabe ao certo o que precisa saber ou ter, para trabalhar na com Design? Vou tentar te ajudar.

1 – O equipamento

Então vamos começar pelo básico, equipamento, um lugar para trabalhar, com mesa, cadeira, mouse ou mesa digitalizadora e um computador ( leia meu post sobre como montar um computador para trabalhar com Design Gráfico ou o post de como escolher um notebook para trabalhar com Design) com um monitor decente (também já escrevi um posto sobre o assunto). Minha dica rápida é ter um monitor com tecnologia LED IPS, eles tem melhor qualidade de imagem e não distorcem tanto as cores quando você olha de canto a tela, hoje em dia existem notebook com a tela que tem esta tecnologia. Mas se seu notebook não tiver, o ideal é trabalhar em uma tela externa.
Computador/notebook com 8gb de memória ram (o mínimo, ideal 16gb) processador i5 ou i7 de gerações mais novas, placa de vídeo dedicada de 2gb ou mais, lembrando que se for trabalhar com 3D e edição de vídeo precisa de uma placa de pelo menos uns 4gb atualmente), se puder tenha uma mesa digitalizadora.

2 – Conhecer o Básico dos Programas

Sim faça um curso preferencialmente presencial, sim esquece videos do youtube no momento, ele não dão certificados, e não podem atestar seu conhecimento. 

Aprenda os principais programas, ou seja Photoshop, este TEM QUE SABER, ele é usado em muitas áreas do Design. 

Depois aprenda ao menos 2 softwares de vetor, CorelDRAW e Illustrator… Precisa aprender os dois sim? você quer um emprego ou não? Hoje eu só trabalho com illustrator, mas sei Corel também, alguns locais pedem um ou outro ou ambos. E agora já está na onda do mercado o Affinity Designer, que em alguns locais já é pré-requisito e se você está començando vale a pena aprender.

E também aprenda um software de paginação, o mais utilizado hoje é o Indesign, mas a Affinity tbm está lançando o Affinity Publisher, que pode virar pré-requisito em pouco tempo.

Mas vamos falar de hoje, então aprenda pelos menos Illustrator, Photoshop e Indesign. Depois corra atrás do restante. Com o crescimento das midias sociais, principalmente conteúdo em vídeo, é bacana aprender o básico de premiere e after effects, isso pode ser um diferencial muito importante.

E claro, não posso deixar de falar, aprenda se possível um software 3D, eu não sei Maya, Autocad, 3D Max, CInema 4D entre outros, mas para quem me acompanha, me viro muito bem no Photoshop 3D.

Junior! Tenho que saber tudo isso? No começo não, se atende aos 3 principais que já mencionei,  Illustrator, Photoshop e Indesign, aprenda os outros aos poucos. Como falei são diferenciais, estes 3 lhe deixarão no mesmo nível da maioria, conhecer os demais, lhe deixará acima destes.

3 – Ainda não tem experiência, tenha um emprego/estágio na área e faça freela a noite ou finais de semana.

Não entre no barco do mundo do Design só por que tem um computador para trabalhar, trabalhe em algum lugar na área. Estágios pagam de 800 a 1200 normalmente. 

Ahhh Junior é pouco… o que? Sério você não sabe ainda nada da área, sabe a diferença de perfis de cores, resolução, imagens para impressão e para internet, proporção áurea, harmonia de cores, técnicas de grid e alinhamento, o que é uma tipografia serifada ou lapidária, consegue olhar uma arte e saber como ela foi feita sem procurar tutorial na internet? Não? Então, você já quer ganhar salário de Designer Pleno ou Sênior sem saber coisa alguma da área? Por favor, bora estudar mais um pouco. 

É importante trabalhar em algum lugar da área, seja gráfica, agência de publicidade, marketing, auxiliar de marketing, auxiliar do auxiliar de marketing, acredite você vai aprender mais e mais rápido e ganhará experiência, não se preocupe com salário alto de início, depois você poderá interar seu salário com os freelas.

4 – Estude o Básico do conteúdo técnico da área

Sim, tem que estudar harmonia de cores, tipografia, técnicas de alinhamento, processos de impressão, um pouco de marketing digital, seqüência fibonacci, proporção áurea e por ai vai.

Aconselho uma coleção de livros chamada Coleção Design Básico, são vários autores e cada livro trata de um tema específico, muito bom o conteúdo e de leitura leve e muito informativa.

6 – Monte um portifólio seu!!

O portifólio é o cartão de visitas do Designer, ele mostra o seu potêncial criativo. Crie uma versão impressa com seus melhores trabalhos, apenas os melhores, esquece os meia-boca. E também crie um Behance.net, que é o site de portifólios da Adobe, isso vai lhe ajudar bastante. 

Novamente, só coloque os materiais que realmente  sejam bons na sua opinião. 

No caso no portifólio impresso, o que importa é variedade e qualidade, não necessariamente quantidade, pegue uma campanha e coloque todas as peças criadas, ninguém quer ver os 300 logos que você criou, mas sim os 5 melhores. Nem os 200 banners, mas sim os 3 ou 4 melhores que você fez. 

Use e abuse dos mock-ups, ele deixam a apresentação bem mais atrativa do que simplesmente a imagem da arte.

Caso seja trabalhos que você fez estando em alguma empresa, peça autorização para utilizar em seu portifólio, pois o trabalho é da empresa e não necessariamente seu. Sim tem seu intelecto na arte, mas neste caso o cliente é a empresa que você trabalha e não o cliente final, então precisa de autorização deles sim.

Junior!? É muita coisa, precisa de tudo isso? Sim precisa e tem mais, não acabei ainda.

7 – Tenha um site para chamar de seu!

Crie um site seu com seus trabalhos, seu portifa e para que as pessoas lhe conheçam, publique seus trabalho que você fez por fora e seus trabalhos pessoais também.

Portais como o Wix ou Adobe Portfolio são bem interessantes para que não entende nada de criação de sites.

8 – Crie trabalhos pessoais

Trabalhos pessoais, ou seja, feito para você, por você, simplesmente pelo seu prazer, eles fazem a diferença, meus melhores trabalhos fiz por diversão, para mim. Eles mostram para o futuro cliente ou empregador a sua paixão pela área, mostram que você é pró-ativo e que tem sede por criar. Muitas vezes (na maioria da vezes) os trabalhos que faço para meus clientes não são dignos de serem colocados no meu portifólio, não passam na minha avaliação crítica de qualidade, mas pagam as contas. São na maioria das vezes pelos meus trabalhos pessoais, que as pessoas me abordam para realizar determinado trabalho, mesmo que o resultado final não seja do mesmo nível daquele que fiz para mim.

Por que? porque quando faço um trabalho para mim não tenho data para terminar, e nem orçamento, faço no meu tempo, o resultado que espero é qualidade, quando a qualidade estiver satisfatório para mim, ai eles está pronto.

9 – Entenda que você é um empresário, uma empresa!

Essa é a parte mais difícil de entender, a partir do momento que você se apresentar como freelancer, você agora é um empreendedor, um empresário, ou seja uma empresa. 

Então é importante você gerir suas finanças e saber quanto vale seu trabalho e quanto cobrar por ele, bem como gerir suas receitas e despesas, bem como separar seu dinheiro do dinheiro da empresa. (Veja a entrevista com a a Consultora Financeira Gisele Zavaglio e Leia o Post sobre o valor do seu trabalho)

Fuja das tabelas referenciais de valor, muitas delas não refletem a sua realidade, aprenda a calcular o seu próprio preço, ou você acha que a Apple cobra o mesmo valor que a Dell ou a Lenovo. Seu preço deve ser baseado nas suas despesas, e não nas despesas dos outros.

Se você cria melhor a noite, ou desenvolve melhor seu trabalho a noite, tudo bem, mas lembre-se que seus potenciais clientes trabalham em horário comercial, se ele precisarem entrar em contato com você nesse horário, é melhor você estar disponível. 

Então crie hábitos e horário comercial de atendimento, agora não basta apenas criar, mas você tem que vender seus serviços, difícil algum cliente lhe atender às 23h.

10 – Onde estão e como conseguir os clientes.

Essa é a resposta mais simples, estão na sua rua, no seu bairro, na sua cidade. Bora pegar seu portifa e bater perna, comece na sua localidade, consiga um primeiro trabalho, seja na oficina do alemão ou na padaria do seu josé, começar localmente é a melhor opção, alguns deles já podem lhe conhecer o que fica mais fácil.

Por meio desses conhecidos locais, podem vir as indicação para outros trabalhos, sempre tem a conversa entre outros empresários, que fez isso ou aquilo para você e consequentemente acabam te indicando. (não trabalhe de graça pro cara te divulgar, essa divulgação boca-a-boca deve ser natural e não forçada, e os caras que prometem isso nunca cumprem).

Se for fazer um trabalho de graça, pegue uma ONG da sua cidade e faça um trabalho maneiro para eles. Com certeza aparecerão pessoas interessadas no seu trabalho em virtude disso.

Em conjunto com a parte presencial, tenha o site, o seu instragram, sua fanpage no facebook, seu perfil no linkedin e por todas as redes sociais que lhe interessar, por elas chegarão alguns trabalhos também.

Nenhuma profissão, incluíndo Design Gráfico dá dinheiro, quem dá dinheiro é avô e avó, pai e mãe às vezes, mas eles trocam por limpar seus quarto ou lavar a louça. Você deve conquistar seu dinheiro trabalhando.

Finalizando

Antes de se tornar freelancer, adquira alguma experiência trabalhando como funcionário, cara isso lhe dará uma experiência profissional e de vida incrível. Mas se você já é funcionário, experimente um dia largar tudo pro alto e começar a trabalhar pra você mesmo, mas trabalhar mesmo, não ficar esperando que os clientes apareçam.

Estas são algumas dicas, não sou todas, mas espero que tenham gostado delas e da minha visão sobre a área. Se gostou deixa seu LIKE e compartilha o post com seus amigos. Valeu e até uma próxima.